Eu quero ser surpreendida. Só que entre a surpresa e a reação há uma lacuna maldita, que eu sempre preencho a mais. É como se quisesse chegar na festa surpresa com a certeza de que não falta nenhum dos meus amigos. Como se fosse bater o carro já com os braços na frente dos olhos para protegê-los. É o medo do imprevisível. E ironicamente, é ele que faz com que eu me sinta desafiada. Sem conseguir parar o tempo, corro muito pra estar a frente e me proteger da dor que ainda vai vir. O engraçado é que contrariando toda essa neurose, há aquele calafrio agradável que percorre o corpo quando sou de verdade surpreendida ou quando vejo algo que minha razão tão mordaz não consegue explicar ou controlar.
Eu vivo de verdade nas frações de segundos. No restante do tempo, só estou me preparando inutilmente pro que eu nem sei se vai vir.
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Sou eu
Longo Caminho. Jornalista por formação, mãe por escolha, viva por persistência.
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