Era noite e você dormia. A geladeira fazia muito barulho, então eu....eu só não tinha como...dormir. Você roncava. Sabia que ronca quando está muito cansado? Tipo, tio velho domingo no sofá. Muita coisa acontece e você não sabe. Quando você dorme, eu acordo. Fico vendo seu respirar hipnótico e concluo, sem drama, que poderia me deixar levar, respirar no mesmo ritmo. E respiro, expiro, respiro. E logo me dou conta e corto o ar. Prendo a respiração.
“Não, Alice. O ar que te falta é outro. Aperta o passo”. E é?
Maldita mania de querer ir contra. Porque te aceitar seria aceitar que posso me prender voluntariamente, que posso me machucar aqui, que posso. E eu, livre, me descubro com medo de arriscar. Bela revolucionária setentista que eu sou! Meu pai morreria de desgosto.
Ou quem sabe diria: “Corre, filha, pega o próximo avião e foge. Que quem fica, ama. Que quem ama, não vai”.
1 comentários:
quem ama, de fato nao vai.
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