Há 20 anos atrás, acordei cedo e feliz. Coloquei meu vestido preferido e dancei a música que mais gostava. Brinquei com a máquina de escrever da minha tia e comi bolo de chocolate. Minha mãe me abraçou e disse que eu já era uma mocinha.

Hoje acordei cedo e feliz. Coloquei meu vestido preferido e cantei a música que mais gosto. Vim trabalhar no feriado e comi bolo de chocolate. Minha mãe me abraçou e disse que eu era a menininha dela de sempre.
Às vezes esqueço que o dia de hoje é só prolongamento do de ontem. Penso que vou mudar daqui a 10 anos e me pego surpresa com pensamentos como “nossa, eu ainda gosto disso, depois de tanto tempo!”, como se envelhecer fosse abandonar o passado. E fico inutilmente me comparando a quem eu fui, como se fosse outra pessoa, como se fosse obrigada a mudar, só porque estou envelhecendo. É tudo a mesma coisa. E não precisa ser diferente. As mudanças vão vir sim, muitas, mas é tudo continuação. Novidade é abrir os olhos toda manhã.
Hoje, completando 25 anos, assopro as velinhas fazendo um desejo só: estar atenta.
Porque é tanto pra ver.
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