Queria tempo a mais para ter sensibilidade, ser menos dura, menos objetiva, mas parece que
estou sempre correndo. E correndo, o vento bate na sua cara com pedrinhas e você não as
sente. Só vê depois, na hora de dormir, que o rosto já está arranhado. Mas aí, já foi,
cicatrizou.
Não é.
Eu não gostava daquela parte que todos cantavam em coro "nananananananaaaaaaa". Achava que estragava toda a bela canção que vinha antes. Aí, ele me disse "você não entende mesmo essa música, né? Se o Jude não cantasse o nanananana, ele não estaria mudando, se esforçando pra melhorar".
Ah! E não é que é?
Minha pele ainda cheira cloro de ter nadado ontem. Gosto de ver, embaixo da água, os pés das
pessoas se movendo e a cor dos maiôs. Uma velhinha na minha frente nadava tão devagarzinho,
que me obrigava a ficar parando. Na metade do percurso, eu já tinha desistido e estava
caminhando pela piscina olhando ela nadar vagorosamente, mas com determinação. Quando olhei pra trás, uma fila fazia o mesmo. O senhor logo atrás, sorriu e me disse baixinho..."Deixa,
todo mundo está aqui pra nadar, né?".
E não é que é?
No primeiro dia do curso de teatro, tive uma crise violenta. Era como se todas as minhas
memórias explodissem pelos meus poros e eu ficasse vazia. O João, com toda a calma do mundo
e olhos acesos, me disse "sai de você e olha ao redor. Recebe e dá. Mas recebe".
É sim.
A perspectiva é um alívio.
3/26/2009 09:17:00 AM
Better, Better, Better, Better, oh.
Por
Fernanda Tsuji
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dando e recebendo
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Sou eu
Longo Caminho. Jornalista por formação, mãe por escolha, viva por persistência.
2 comentários:
Ó lá! Ficou muito legal. Deve até dar mais vontade de escrever agora. Tenho que fazer uma reforma dessas no meu algum dia.
Oie! Muito legal seu novo blog! tomara q vc escreva mais nessa nova casa!
Beijos
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